
Reajuste de 51% no valor do frete dos Correios
01.03.2018 por Daniela Borsoi em E-Commerce
Veja qual a posição dos Correios sobre o aumento no valor das encomendas.
No dia 27 de fevereiro, o Mercado Livre lançou a campanha #FreteAbusivoNão, denunciando um aumento de até 51% no valor do frete praticado pelos Correios, sem citar detalhes de como a cobrança será praticada. A prática vai impactar o caixa dos pequenos e médios lojistas que praticam frete grátis e entregam usando a estatal – nas contas do ML, crescimento de 29% no custo, em média.
Esta prática gerou indignação tanto em lojistas quanto consumidores. Os Correios se defenderam afirmando que o impacto é bem menor do que o divulgado.
“Cabe ressaltar que o reajuste não é para os preços de e-commerce, mas para os serviços de encomendas dos Correios, também utilizados pelo e-commerce. Trata-se de uma revisão anual, a exemplo do previsto em contrato. A definição dos preços é sempre baseada no aumento dos custos relacionados à prestação dos serviços, que considera gastos com transporte, pagamento de pessoal, aluguéis de imóveis, combustível, contratação de recursos para segurança, entre outros”, afirmou a estatal.
Veja abaixo as respostas do E-Commerce Brasil sobre esta nova política:
Frete dos Correios vai aumentar em até 51%
A campanha do Mercado Livre fala em aumento “de até” 51%, o que não está errado porque, em algumas rotas – especialmente aquelas fora dos grandes centros -, a diferença realmente chega a essa cifra. Não se sabe quantos lojistas serão impactados por cada reajuste, mas os principais centros – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – costumam ser os mais baratos.
De acordo com os Correios, o aumento médio será de 8% para “os objetos postados entre capitais e nos âmbitos local e estadual”, mas a estatal ainda não divulgou a nova tabela. Porém, essa não é uma atitude inédita da empresa: em 2017, houve casos em que o aumento beirou os 83%.
Custo do frete grátis vai aumentar?
O custo do frete grátis aumenta sempre que o custo total da entrega cresce. Ou seja, mesmo uma mudança pequena gera impactos, ainda que mínimos, nas contas do lojista.
Frete vai ficar mais caro para os clientes?
Essa é uma decisão exclusiva dos lojistas, que podem escolher entre arcar com os custos da entrega ou repassá-los ao consumidor.
Enviar (e comprar) vai ficar mais caro fora dos grandes centros?
A média de 8%, dentro dos padrões recentes de aumento nos contratos dos Correios, vale para “capitais e âmbitos local e estadual”. Entregas para lugares de fora dessas áreas vão sofrer aumentos maiores que podem chegar ao teto de 51%, dependendo da rota. Quem envia itens com muita frequência para o interior do Brasil deve ter mais dores de cabeça.
Mais de 110 mil famílias serão afetadas?
De acordo com o comunicado do Mercado Livre, esse é o número de pessoas cuja renda principal provém da venda na plataforma argentina e que seria afetado pelos novos preços. É verdade que todos os varejistas serão impactados por algum tipo de aumento, mas não é possível saber com precisão quantos deles ficarão dentro da média de 8% e quantos serão enquadrados nas outras faixas e rotas.
Correios vão cobrar a mais para entregar no Rio de Janeiro?
Por período indeterminado, mas, segundo os Correios, temporário, as entregas direcionadas à capital fluminense terão uma taxa adicional de R$ 3. “Vale esclarecer que essa cobrança já é praticada por outras transportadoras brasileiras desde março de 2017”, justificou a estatal.